Desenho vivo

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CIEP Agostinho Neto

Professora Rosângela

Alunos de 9 e 10 anos

 

Gratidões

Marcela de Paula

 

Agradeço ao Wallace chegar na PUC todo contente e agitado de manhã. Vê-lo assim logo que cheguei me chamou a atenção e fez com que eu quisesse saber qual era o seu nome. Assim, comecei a perguntar o nome de todos que passavam por mim, procurando estabelecer alguma relação com eles. Gerou conseguir isto e ver que só assim eu acho graça nas atividades com as crianças, pois para mim o que mais importa é conhecê-las e aprender misturando a minha vivência com a delas.

 

Agradeço às crianças por serem tão sinceras e claras nas expressões do que sentem, como na hora em que estávamos na mesinha de sementes, explicando o processo de germinação. Enquanto falávamos a palavra “germinar” as crianças olhavam e escutavam normalmente, mas quando começamos a contar que o que faríamos ali seria acordar uma sementinha preguiçosa que precisava ficar oito horas na água para acordar e depois mais oito horas descansando no ar, as crianças arregalaram o olhinhos e começaram a prestar muito mais atenção que antes. Gerou em mim poder perceber a importância da maneira com que falamos as coisas e ficar feliz por contar a aquela historia de uma maneira tão clara e verdadeira.

 

Agradeço às crianças por me contarem a história da floresta que tinha um índio, com um rio que tinha jacaré, tubarão e muitos peixes. Na história a moça estava indo visitar os índios para aprender a se pintar e a fazer colar. No caminho, passava pelo rio e encontrava uma onça e um leão. Fugindo deles corria para cima de uma árvore aonde encontrava muitas frutas, banana, maçã, manga... Depois ela ia conversar com a onça e com o leão e descobria que podia ser amiga deles, e aí dava um beijo na bochecha do leão, e os levava para a aldeia dos índios com ela. Gerou poder ouvir essa história linda e diferente de qualquer outra. Gerou descobrir que eu adoro ouvir histórias.

 

Agradeço ao menino que me chamou para contar que tinha desenhado o rio da história com todos os bichos que tínhamos falado. Me mostrando um rio de massinha rosa com várias bolinhas laranjas iguais, ele ia apontando e me explicando: “ essa aqui são as piranhas, esse é o tubarão, esse o jacaré, essa é a pedra, e esse aqui... (mostrou uma bolinha que tinha sobrado, com um formato oval, que ele não sabia ainda o que era) ...é o sapo!”. Disse que a forma da bolinha era igual ao de um sapo e começou a mostrar o sapo para todos os amigos. Gerou em mim poder ver um sapo ali também. Gerou ver a flexibilidade do pensamento de uma pessoa que ta aberta pra tudo que ta vendo. Gerou ver que é por isso que eu gosto tanto de conviver com crianças, elas garantem para mim que eu nunca vou esquecer como é bom ver as coisas com essa pureza. Agradeço ao menino me mostrar seu desenho dizendo que fez uma ilha deserta com um índio. E que fez a ilha deserta porque não tinha a cor verde. Gerou achar graça do seu pensamento tão lógico e ver a flexibilidade do desenho usando as três cores disponíveis. Gerou pensar sobre isso e começar a prestar atenção em como as crianças usam as cores da massinha em seus desenhos, coisa que eu nunca tinha parado para perceber. Percebi que isso acontece porque nunca desenhei com essas massinhas.

 

Agradeço ao Fernando vir me mostrar a índia que tinha feito, explicando que a massinha que ele tinha usado p fazer a perna dela estava suja de rosa e laranja. Eu disse pra ele que era a tinta que ela tinha usado para se pintar. Ele riu e disse que era isso mesmo. Gerou poder ver ele perdendo o medo de assumir o que tinha feito, sem achar que tinha feito besteira. Gerou ficar feliz de poder mostrar pra ele que eu também penso igual a ele em relação à flexibilidade do significado das coisas.

 

Agradeço ao menino que disse que no rio da floresta da historia que estávamos contando tinha um tubarão, por falar tantas vezes do tubarão e depois desenhá-lo com massinha. Gerou ver que contar história junto da mais flexibilidade à história e a torna mais interessante pelo fato de que quando crescemos e conhecemos as coisas nunca usamos possibilidades que não fariam sentido (como dizer que existe tubarão em um rio).

 

Agradeço ao menino que desenhou um índio sentado em uma pedra. Gerou enxergar exatamente o que ele estava me dizendo e por isso uma sensação muito gostosa. Lembrei o quanto é bom deitar em uma pedra quentinha de sol. Gerou calma em mim.

 

Agradeço às crianças por conversarem comigo sobre seus desenhos, gerou poder desenhar junto com elas a história que eu tinha gostado tanto.

 

Agradeço às crianças ficarem me chamando para que eu visse os desenhos que elas estavam fazendo. Gerou ver que ao me colocar nas atividades, contando a historia e falando mais, eu pude chegar mais perto das crianças e fazer com que elas chegassem mais perto de mim naturalmente, estabelecendo a relação que eu queria. Assim, brincamos e aprendemos juntos. Gerou ver que pode ser esta a maneira de me aproximar mais dos alunos na monitoria das aulas de projeto.

 

Agradeço ao Caio me chamar para dizer que “a massinha não era muito gostosa, mas que também não era “tãaaaao” ruim assim!”. Gerou achar muita graça do seu jeitinho de contar o que ele tinha achado e muito amor no meu coração. Gerou achar que eu estava no melhor lugar que eu poderia estar e a certeza de que eu queria continuar ali.

 

Agradeço às três crianças que falaram, ao mesmo tempo, que o nome da moça da história seria Rosângela (o nome da professora deles). Gerou ver o quanto eles gostam daquela professora e querer entender o porquê.

 

Agradeço à Professora Rô por ser tão firme com as crianças, colocando os limites e ao mesmo tempo brincando e rindo das coisas que eles falavam e descobriam. Gerou ver o quanto ela os ama, o quanto fica feliz ao vê-los crescendo e o quanto se diverte com eles. Gerou admiração por ela e ver o quanto as crianças a respeitam. Gerou ver que eu gostaria muito de fazer um projeto com ela. Agradeço a Rosi ter aceitado que contássemos a historia como sugeri hoje, deixando que as crianças fossem construindo a história na hora, do jeito delas, cada uma falando um pedacinho. Gerou ver sua flexibilidade e ficar feliz de ver que ela gostou tanto do resultado. Gerou poder mostrar a ela uma nova possibilidade de contar história e reafirmar isso para mim.

 

Agradeço à Vitória, gritar alto, contando feliz para a professora: “A gente vai aprender a fazer o suco da luz!”, mesmo sem que ninguém tivesse dito que o nome do suco era este para ela. Gerou em mim surpresa e refletir sobre como eu conto do suco para a crianças, como algo muito desconhecido e achando que elas não vão entender muito bem. Assim, descobrir que isso pode ser alguma coisa bem familiar para algumas delas e mesmo que não seja, se eu contar com mais naturalidade, como é pra mim, elas vão entender.

 

Agradeço ao menino que veio me mostrar um pedaço grande de massinha com uma forma que ele tinha feito, dizendo “olha o que eu fiz!”. Quando ele me mostrou eu perguntei a ele se aquilo era um vaso, ele pensou e disse que sim. Em seguida foi correndo mostrar para a sua professora dizendo “olha o vaso que eu fiz!”. Gerou aprender que para eles os significados dos objetos podem ser o que eles quiserem que sejam. E que para pessoas que pensam assim os objetos com formas abstratas são muito mais ricos do que aqueles com a forma detalhadamente definida.

 

Agradeço ao Adriano quando eu estava de costas e alguma criança me cutucou brincando. Virei perguntando quem é que tinha me cutucado e ele me disse que tinha sido o amiguinho. Assim, comecei a cutucar o amigo dele fazendo cosquinha. Ele, que estava apreensivo achando que eu ia achar ruim, começou a rir e disse: “fui eu, fui eu que te cutuquei!”. Gerou ver que naquele momento ele parou de ter “medo” de mim e se abriu para brincar. Entendi que quando a nossa figura ameaça, a gente perde o respeito e a sinceridade da criança. Isso só é possível conseguir quando nos colocamos iguais a elas.

 

Agradeço à Rosi sugerir que cantássemos a musica ciranda cirandinha na roda do fim da atividade. Gerou entender que a graça da roda é o coro das crianças cantando e dançando juntas e que para que isso aconteça é preciso escolher cantigas simples e conhecidas. Enquanto cantávamos senti uma felicidade tão grande que esqueci de tudo e só conseguia ouvir a voz das crianças.

 

Agradeço à Camila sugerir que cantássemos a música do alecrim na roda. Gerou em mim alegria por cantar de novo a música que eu tinha aprendido na feira da semana anterior e tinha gostado tanto. Gerou cantar com muita força ouvindo as crianças. Aquela hora vivi um momento mágico de alegria por estar fazendo aquilo com tantas crianças.

 

Agradeço ao Adriano dizer, na roda de despedida e finalização das atividades, que o que mais gostou no dia foi aquela brincadeira de roda que tínhamos acabado de fazer, cantando a musica do alecrim. Gerou em mim alegria porque eu acho que para mim também tinha sido um dos momentos mais lindos do dia. Gerou entender que todos cantando juntos gera uma força na relação, que é percebida como felicidade por todos que participam.

 

Agradeço à Samara dizer que se a sua mãe a colocasse outra vez na psicóloga ela me veria de novo, porque sua psicóloga era ali perto. Gerou ficar feliz ao ver a vontade dela de voltar ali. Gerou a idéia de pedir a eles que contassem para as famílias o que tinham aprendido para que seus pais pudessem visitar a feira e aprender a fazer para eles o que tinham gostado.

 

Agradeço às crianças os beijos e abraços que ganhei quando me despedi deles. Gerou perceber que em duas horas eu consegui amar aquelas crianças a ponto de lembrar de todas e sentir saudade quando elas foram embora.

 

Agradeço à Ana dizer que sua gratidão para mim da nossa conversa da aula anterior tinha sido de eu ter falado que eu sabia o que fazer e como fazer para ficar mais feliz nas atividades com as crianças. Dizendo para eu fazer mesmo como eu sabia e queria fazer, que assim eu poderia mostrar uma outra maneira de lidar com as crianças para a Rosi. Gerou ver que ela estava confiando em mim ali, e ficar feliz por isso.

 

 

Gratidões

Rosimeri Nascimento

 

Agradeço as crianças pela ansciedade, para chegar na feira, quando eu e Marcela , fomos ao encontro delas na calçada, gerando em mim, lembrança dos meus passeios de escola.

 

Agradeço, ao menino que disse que a ponte do rio rainha, dava as mãos para as árvores, gerando em mim, desejo de observar com igual inocência e poesia.

 

Agradeço as crianças pela participação, na hora da apresentação das verduras, gerando em mim satisfação.

 

Agradeço a Marcela por contar uma estória para as crianças com a participação delas, gerando em mim encantamento pela reação criativa delas.

 

Agradeço, a Professora Rosangela, pela disciplina e zelocom todos os alunos que trouxe para a feira, gerando em mim admiração pela sua organização.

 

Agradeço as crianças por mostrarem a língua verde e os olhos brilhanets e arregalados depois do suco da luz, gerando em mim graça e inocência.

 

Agradeço as crianças por estarem parecendo abelhas em cima da Lurdes, que estava distribuindo pedacinhos de maça, gerou em mim ternura.

 

Agradeço a Camila, pela música do alecrim dourado cantada com entusiasmo pelas crianças, no abrir e fechar da roda com gargalhadas, gerou em mim alegria.

 

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